Jovem que usava celular quebrado para programar é contratado pela Picpay

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As limitações financeiras e eletrônicas nunca impediram o jovem Cézar Pauxis, de 17 anos, de seguir os seus sonhos. Apesar da pouca idade, Cézar, que mora sozinho em Belém, Pará, sabe muito bem aonde quer chegar e já enfrentou muitas dificuldades durante o trajeto. Mas, foi graças a elas que o jovem ganhou visibilidade e com ela, oportunidades.

Em uma sequência de publicações, Cézar usou o Twitter em dezembro de 2020 para contar a sua história e as condições precárias que enfrentava para aprender - de maneira autodidata - a programar. Segundo Cézar, ele até hesitou em compartilhar a sua história, pois temia que as pessoas interpretassem de maneira errada e o vissem como vítima, coisa que ele alega, não gostaria que acontecesse.

Nas publicações, Cézar detalha algumas adaptações que teve que fazer para conseguir programar usando aparelhos eletrônicos e celulares quebrados ou com defeitos. Uma delas, foi a adaptação entre celular, mouse e teclado, cuja imagem chamou a atenção de milhares de pessoas.

“Comprei um mouse e teclado baratos e consegui conectar eles via OTG (cabo de conexão) no meu Moto G3 e isso estava ajudando para caramba, mesmo com o problema do toque fantasma quando a bateria chegava em 40% (quando isso acontecia, eu era obrigado a parar tudo e esperar um tempo até o celular carregar e eu poder voltar a programar, com ele conectado no carregador, sem mouse e teclado”, contou Cézar.

Tamanha foi a repercussão da história de Cézar, que o portal Razões Para Acreditar criou uma vaquinha online para ajudá-lo. A campanha, encerrada dia 25 de janeiro, arrecadou R$ 81.603,00 e o valor, segundo Cézar, será usado para finalizar as obras da casa da família, localizada em Carutapera, no interior do Maranhão.

"A gente não tinha condições financeiras para achar uma casa pronta, então precisou viver em uma inacabada", conta Pauxis, que também pretende usar parte da verba fazer um curso formal de programação.

Reviravolta profissional

Mesmo com tantos empecilhos o jovem nunca desistiu e tamanha determinação conquistou a admiração de internautas e empresas de renome nacional. Uma delas, a Picpay, empresa de pagamentos eletrônicos com sede em Vitória (ES), se mostrou tão admirada com a perspicácia de Cézar que chegou a contratá-lo.

“Aprender programação do zero, nas condições que o Cézar tinha, é muito difícil. Quando ele contou sua história no Twitter, a comunidade tech passou a acompanhar”, disse Diogo Carneiro, diretor técnico da Picpay.

Desde o dia 1° de março Cézar passou a integrar a corporação Picpay, mas agora sem celulares quebrados. Agora, devidamente equipado, o jovem trabalha em home office devido o coronavírus. Bem, mesmo com tantas coisas boas acontecendo na vida de Cézar temos certeza que isso é apenas o início.

Jovem (mais na idade do que na postura), curiosa (quem, o quê, onde, como, quando e por quê), analítica (sempre em busca de respostas), e estudante de jornalismo. Com sede de conhecimento, tem calafrios de rotinas monótonas e repetitivas. É ainda, inconformada com mais do mesmo, buscando dessa forma, descobrir o seu lugar no mundo. Prazer, sou Ana Caroline Haubert, gaúcha lá de Passo Fundo. Sugestões, críticas, pautas e opiniões são bem-vindas no meu email: [email protected]